Cultura

Artista angolano expõe na Munka Studio nos EUA

Analtino Santos

Jornalista

A exposição "Vida sobre Restos" do artista plástico Serafim Yssolo fica patente na galeria Munka Studio, cidade de Lewiston nos Estados Unidos até o dia 23 de Maio do corrente ano, depois da inauguração no dia 16 do corrente mês.

24/03/2024  Última atualização 12H10
As sacolas e chinelos do Show do Mês têm o traço do artista © Fotografia por: Cedida
O artista usa material de museus e coleccionadores que entregaram objectos que fazem parte da história deste país, enquanto uma potência a nível mundial. Serafim Yssolo apresenta "Vida sobre Restos" ou "Life on Scraps"  depois de ter participado no ano passado numa exposição colectiva a convite da galeria Munka Studio.

" Esta foi a grande abertura de portas para que conseguisse ter essa exposição de forma individual. Participei com uma única peça que foi o centro das atenções, e era fora do conteúdo que os curadores têm estado acostumados a ver e este trabalho despertou as atenções de vários galeristas locais", revelou Serafim.

Depois desta experiência foi apresentada uma proposta a Serafim Yssolo. "Eu abracei o desafio com muita força e comecei a trabalhar para esta exposição de Maio a Outubro do ano passado. Este foi o período suficiente que foi desde a concepção, a recolha do material  e a produção da exposição. Isso, porque para mim, era uma grande oportunidade ter que levar o meu trabalho nos Estados Unidos", acrescentou o artista.

Serafim Yssolo conta que assim surgiu a exposição "Vida sobre Restos” no mercado americano. "É uma exposição baseada na reciclagem de material, é o meu conceito enquanto artista, é uma actividade que desenvolvi em Angola a partir do ano de 2015. Tudo em função de uma fase em que havia muito lixo, em particular na cidade de Luanda" explicou Serafim Yssolo.

O pintor, pela primeira vez, apresentou este conceito numa exposição individual em 2017 na galeria do edifício da ESCOM, em Luanda.

Ao falar da implementação do conceito na galeria Munka Studio, esclareceu o seguinte, "Os Estados Unidos é um país muito consumista e industrializado, tive que abraçar este tema com muita força e também responsabilidade. Aqui tive o apoio de várias instituições, assim como museus, que me ofereceram materiais antigos e que andaram em mãos de coleccionadores para que conseguisse ter uma produção eficiente ao ponto de superar as expectativas", partilhou o artista.

A arte da sobrevivência

Para Serafim Yssolo, a exposição "é a força, e a arte da sobrevivência, em meio aos temporais turbulentos da vida. Como também, é o resgate da grandeza do valor humano, identidade espiritual, sensitiva, cultural e da riqueza ancestral de cada ser participante desta maratona da existência.”

O artista, para o conceito da exposição e pela apresentação visual, disse que procurou produzir obras de pintura sobre materiais reciclados, na mais bela forma de ser composta, por meio de materiais descartados do uso diário humano como madeiras, plásticos, metais e outros, que dela surge uma deslumbrante e magnífica obra de arte visual.

Quanto o conceito e a temática, disse, carregam no interior o objectivo de sua razão, o dever moral de proteger o meio ambiente das enxurradas ofensivas dos produtos contaminados pelas indústrias do mundo.

Yssolo, artista visual autodidacta, nasceu aos 17 de Setembro de 1992. É natural de Lubango e membro da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP). Anteriormente, conhecido como Serafim Serlon, adoptou desde o ano de 2021 o nome artístico de Yssolo.

A título individual, tem as seguintes exposições: "Vida Sobre Restos", na Galeria Escom, em 2017, "Força da Natureza", Galeria Tamar Golan, em 2018, "Falso Perfil" no Lubango e " Perfume do Vento" na Galeria Celamar, as duas em 2019.

Participou nas seguintes exposições colectivas, Coopeart em 2010 e 2011, na Celamar, "Entre Laços", em Portugal, Fenacult, Baía de Luanda, Unidade Jovens (UNAP), Reviver Manguxi, na Galeria dos Desportos, " Nova Onda de Artistas", Galeria Banco Económico de Luanda, "Exótica" e Galeria Mampuya.

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