A segunda edição do “Almoço Angolano” acontece, hoje, às 14h00, no Hotel Diamante com as actuações de Acácio Bambes e Flay, com o acompanhamento da Banda Real. A abertura é com a presença do Kudimuena Kota.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A exposição “Kina Muta - Muta Kina”, sob curadoria do artista plástico Kabudy Eli, será inaugurada hoje, às 17h00, no Salão Internacional de Exposições do Museu Nacional de História Natural, em Luanda. No total, a exposição reúne 75 obras de 50 artistas da colecção de Álvaro Macieira, que podem ser vistas durante os seis meses que ficará patente, respectivamente pintura, escultura em talha de madeira e em bronze, cerâmica e tapeçaria artística.
Com um acervo de mais de 100 obras adquiridas durante 30 anos, Álvaro Macieira justificou que a escolha propositada dos 50 artistas resulta da vontade desta plêiade celebrar os 50 anos de Independência do país, a ser assinalado no próximo ano. Por outro lado, pretendem, também, celebrar o atelier Kina Muta - Muta Kina, de Álvaro Macieira, que dá nome à exposição de arte.
A exposição traz obras de António Gonga, António Tomás Ana "Etona”, Augusto Ferreira, Ana David "Kiana”, Albino da Conceição, Álvaro Macieira, Benjamim Sabby, Carla Peairo, Camuto, Cláudio Macieira, Dom Sebas Cassule, Domingos Barcas, Grácia Ferreira "Zizi”, Erika Jamece, Fernando de Carvalho "Tozé”, Fineza Teta, Guilherme Mampuya, Horst Poppe, Helena, Helena Justino, Imanni Silva, Jorge Gumbe, Jacinto Coutinho, José Pedro "Tchindje”, Kabudy Eli, Kapela, Kidá, Lino Damião, Luís Damião, Malangatana, Mayembe, Marcos Kabenda, Matondo Alberto, Manuel Ventura, Marcela Costa, Mpanda Vita, Massongi Afonso, Mpambukidi Nlunfidi, Mateus Mário, Márcia Simão, Nelson Paim, Naguib, Paulo Kussy, Paulo Amaral, Patrícia Cardoso, Sozinho Lopes, Toko, VAN, Virgínia Romão e Zan Andrade.
O curador Kabudy Eli sublinhou ser uma iniciativa de um artista, que teve a vontade de coleccionar, movido somente pelo amor que nutre pelas artes, reunindo uma representatividade muito grande em termos de nomes.
"Temos aqui obras com temáticas convergentes, que pensam Angola ao longo dos últimos 40 anos, nas quais encontramos o debate e soluções de várias situações, não só do ponto de vista cultural, mas também económico. Encontramos aqui perspectivas filosóficas, ao nosso modo, da forma e contributo dos artistas para desenvolvimento da sociedade”, observou.
Kabudy Eli destacou, igualmente, o carácter internacional da exposição, ao congregar obras dos moçambicanos Malangatana e Elias Abdula Naguib, duas referências das artes plásticas no continente africano. O curador espera que os estudantes das escolas de arte, professores e investigadores tenham a possibilidade de conhecer e aprofundar durante seis meses alguns percursos artísticos, estéticos e criativos de autores que marcaram e são referências incontornáveis, contribuindo para o desenvolvimento da arte em Angola.
Olho nato para as artes plásticas
Nascido no dia 13 de Maio de 1958, na vila de Sanza-Pombo, na província do Uíge, Álvaro Macieira é jornalista, escritor e consultor cultural.
É membro da União dos Escritores Angolanos (UEA) e da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP). Publicou os livros "Castro Soromenho: Cinco Depoimentos”, "Cantos de Amor” e "Séculos de Amor”. Porém, é como artista plástico que veio a ganhar fama nacional e internacional. Revelou a sua faceta nas artes plásticas em 1998. "De um início de carreira incompreendido por alguns, Álvaro Macieira é actualmente um dos artistas plásticos mais acutilantes no panorama angolano.
A sua frenética produção rompeu barreiras e preconceitos e hoje recebe o merecido reconhecimento da crítica, do grande público e essencialmente dos coleccionadores”, escreveu o artista plástico Benjamim Saby. O artista plástico Francisco Van-Dúnem "VAN” analisa, num texto de 2009, que "Álvaro Macieira é um pintor raro como é a sua pintura, cheia de sugestões e de combinações, que de imediato irrompeu do Jornalismo para as artes plásticas nos anos 1990, a estrela se deslocando de um ponto da galáxia para o outro”.
Em 2002 ganhou o prémio Ensa-Arte. As obras do artista foram exibidas em várias capitais do mundo, com destaque para Washington, Paris, Moscovo, Berlim, Hanôver e Abuja.Com o artista plástico alemão Horst Pope e o angolano Augusto Ferreira fundam, em 2004, o projecto internacional Conexão Cultural. Em oito anos de intercâmbio e diálogo artístico, na Alemanha e em Luanda, com o artista alemão fez várias exposições e pinturas e 108 obras de pequenas e grandes dimensões.
Macieira recordou como o Kinamuta era um espaço frequentado por vários jovens artistas da cena cultural de Luanda, como Benjamim Saby, Lino Damião, Fineza Teta, Erika Jamece e outros. Também frequentavam músicos, como Carlos Lamartine, Maranax e Mamborró. Detalhou que a relação com o artista alemão Horst Pope começa no Kinamuta, garantindo-lhe muita projecção naquele país europeu.
Volvidos mais de 30 anos desde a decisão de abraçar as artes plásticas, Álvaro Macieira é peremptório ao enfatizar que "sempre gostou de arte”.
A sua antiga galeria, baptizada por "Kinamuta/Mutakina” veio a ser um espaço físico significativamente importante na sua relação com os artistas e na sua disposição como produtor e, despretensiosamente, coleccionador, a faceta que agora é tornada pública.
"No final dos anos 1990 e princípios de 2000, eu vivia no Kinamuta, o atelier que ficava num dos prédios da Avenida de Portugal, sentido Kinaxixi-Mutamba, derivando daí o nome”, explicou. A exposição celebra não apenas o seu "olho nato” para as artes plásticas, como também toda a cumplicidade de sonhos partilhados e vividos a cada pincelada naquele espaço, palco de ensinamento e de início de carreira para muitos jovens artistas da cena cultural angolana.
"Por exemplo, a minha obra Clamor pela Paz foi pintada em 2001, no terraço do prédio. Enquanto eu pintava, recebo uma visita do crítico Adriano Mixinge, que manifestou a vontade de levar a peça a Paris. E assim fez. Em 2002 tivemos paz. Hoje a peça está no nosso Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro”, recordou.
Para lá do culto ao belo, da invocação à fecundidade e pluralidade de estilos, aponta como grande objectivo mostrar a união entre os artistas.
Porém, a exposição da colecção de Álvaro Macieira encerra um fim maior, respectivamente manifestar o contributo dos artistas na consolidação dos 50 anos da Independência Nacional, a ser assinalado no próximo ano.
Álvaro Macieira também traz a público este quinhão da sua colecção particular com o propósito de suscitar um debate sobre a importância de um Museu de Arte Contemporânea, uma estrutura ainda em falta no cenário artístico nacional.
"A colecção foi acontecendo espontaneamente. Nunca teve um plano como tal, foi mero amor pelas artes”, justificou.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginO artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
A exposição fotográfica do artista angolano Pedro Yaba, intitulada "Simbiose" lança luz sobre a importância histórica da indústria mineira na economia nacional afirmou, segunda-feira, o secretário de Estado para Sector dos Recursos Minerais, Jânio Victor.
O Governo angolano está, neste momento, a desenvolver uma iniciativa que tem por objectivo dinamizar a concessão de crédito às Micro, Pequenas e Médias Empresas nacionais, com a perspectiva de 30 por cento vir a beneficiar projectos executados por mulheres.
Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão
A Inspecção Geral do Trabalho (IGT) através da área de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho registou 46 acidentes fatais, de 2023 ao primeiro trimestre deste ano. As vítimas mortais foram registadas nos sectores da Construção Civil, Indústria, Comércio e Prestação de Serviços.
A União Africana (UA) manifestou preocupação com "a tensão entre comunidades locais" no Norte da Etiópia e apelou ao "fim das hostilidades" que já obrigaram pelo menos 50 mil pessoas a deslocarem-se, segundo a ONU.
Neste mês dedicado à juventude, propusemo-nos trazer, à ribalta, parte da história de vida de mais um jovem angolano, que, fruto da sua determinação e resiliência, construiu um percurso empresarial digno de respeito, podendo ser, por isso, um exemplo a seguir para quem pretender trilhar os mesmos caminhos.
A segunda edição do “Almoço Angolano” acontece, hoje, às 14h00, no Hotel Diamante com as actuações de Acácio Bambes e Flay, com o acompanhamento da Banda Real. A abertura é com a presença do Kudimuena Kota.